"Juntamos em Lisboa alguns nomes por trás de produções que conquistaram nomes como Beyoncé e Alicia Keys"
A Klasszik é indiscutivelmente a label de maior referência no mundo lusófono, sendo a empresa que mais tem exportado hits em Português e não só pelos quatro cantos do planeta. Uma mostra do seu domínio nessa área é o facto de ter conseguido juntar em Lisboa alguns nomes por trás de produções que conquistaram nomes como Beyoncé, Alicia Keys, Chris Brown ou French Montana.
De 24 a 29 de janeiro, nos estúdios da Klasszik, na zona da Beloura [Sintra], Nellson juntou os produtores Arrow Benjamin, Jonny Coffer, Rymez de Steff, Lon Don, Jungleboi, Sinai e Daecom. Rendidos à conhecida genialidade de Nellson Klasszik, os profissionais da produção estiveram reunidos para uma espécie de song camp, com o principal objetivo de, num futuro muito breve, internacionalizar as produções de Klasszik.
“Por mais que as músicas batam aqui no espaço lusófono, acaba por ser só isso. E, com este evento, estou à procura de exportar a nossa música e de uma abertura do mercado internacional através de África, Inglaterra, Brasil, França e Estados Unidos”, explicou-nos.
“Juntámos produtores, song writers para termos catálogos de música, tanto para os cantores nacionais como internacionais e vamos fazer isto durante uma semana. As ideias que tivermos vamos levar lá para fora”, acrescentou Klasszik.
O produtor falou-nos também da dificuldade de os artistas que cantam em português conseguirem chegar a outros mercados, sobretudo nesta era digital em que facilmente o consumidor tem acesso a novos artistas e músicas todos os dias. “Nos PALOP e Portugal, estamos um bocadinho moles. Lembro-me de quando cheguei aqui a Portugal, com o Anselmo, Portugal estava um bocadinho isolado. O nosso produto não chocava com ninguém lá fora, então não havia concorrência. Hoje em dia, já está mais nivelado com o consumo internacional. Já temos o Spotify, as playlists internacionais, então acaba por haver sempre concorrência”.
Contudo, o talento está presente no espaço lusófono deste lado do Atlântico, confirma-nos. “Há muitos artistas que têm muito potencial, como o Gson por exemplo, mas há ainda muita falta de experiência da própria indústria, fora que os próprios artistas ainda têm pouca experiência com a indústria em si também. O pessoal segue mais as tendências e o meu conselho é que comparem apenas a qualidade de lá fora”.
E se os newcomers sentem alguma dificuldade em encontrar o seu caminho, o próprio Klasszik, com mais de duas décadas de estrada e vários hits de milhões de views e plays em carteira, também não tem a tarefa facilitada. “Há coisas que eu próprio ainda estou a medir para perceber como internacionalizar. A intenção agora é misturar os artistas internacionais com os nossos, agarrar as oportunidades que vão chegando e tentar alcançar novos patamares. No futuro, a estratégia pode ser outra”, explica.
Os números à escala global que tem alcançado “são fruto de muito trabalho”. A Klasszik é hoje uma empresa que soma “25 profissionais, de diferentes áreas para prestar apoio aos artistas e produzir conteúdo”. Com esse esforço, chegam os resultados. “Hoje em dia a Klasszik já têm propostas de multinacionais interessadas em comprar o nosso catálogo”, confirmou o produtor sem avançar mais detalhes.